Naquela
noite estando fria
Como de
costume abençoei os filhos
E ao quarto
me recolhe...
Palpita em
meus lábios oração interior,
Agradeci o
ideal daquele dia
Meu
pensamento de esperança ao Criador.
Lembrava dos
meus pais e um mano
Que transcenderam
suas vidas humanas,
Após ler uma
passagem Bíblica
Retirei os
óculos, colocando-o no canto da cama,
Chega à
esposa, a qual já esperava sua dica
Juntos a
oração do Pai Nosso...
O beijo de
Boa Noite!
Deslizar o
dimmer...
Uma leve
penumbra,
Tomou conta
do leito
Por que o
ambiente
Escuro eu
odeio.
Tenho o sono
leve
Qualquer som
me acorda,
A campanhinha
toca...
Duas, três,
quatro vezes,
Aumentei a
luz do quarto
Coloquei os
óculos...
Olhei para a
esposa, dormia suavemente,
Duas horas
da manhã,
Fui até a
porta da sala,
Abria... Não
há ninguém!
Voltei ao
quarto!
Dei uma
arrumada no travesseiro,
Deitei...
Mas pensando
Quem foi
esse menino arteiro?
Mas essa
hora...
De
madrugada; ou será que foi um pesadelo?
Quando eu ia
retirar os óculos,
Um momento de
impressão,
Agitou meus
pulsos e não o coração
Vi-me
sentado aos meus pés,
Mas como? Eu
já estava deitado,
Só que sem
abaixar o raio da luz,
Fitando-me
no meu belo sorriso
Que sorriso
bonito!
Sentia-me os
braços e as pernas pesadas.
Não era
medo...
Eu olhava
nos meus olhos,
E os meus
olhos olhavam para mim.
A roupa que
eu via em minha imagem,
Era moda,
época da jovem guarda,
Na camisa
para fechar em lugar dos botões
E nas mangas eram ilhoses...
Com cordão
entrelaçados, tipo caracol,
Confeccionada
pela professora,
Que dava
aula na Fazenda Vargem Alegre,
Foi ela
mesma que um dia me disse:
“Quando usa
essa camisa parece rouxinol”.
Sublime
visão! Perguntei?
Em silêncio
comecei a entender
Toda aquela
emoção...
Vinda de
encontro ao meu pensar humano,
Observava
ternura e tal beleza multicor
De forma
alguma não era um engano.
Continuei a
falar e escutando,
No íntimo do
meu peito...
Não sei
direito, se era eu ouvindo
Ou se era eu
falando.
No Plano de
Deus ninguém usa óculos,
Nem braços
ou pernas mecânicas,
Próteses
dentárias ou mamaria,
Tudo
acontece com eloqüência,
Eu ou
você...
Está ouvindo
de ti mesmo,
E a voz da
consciência na criação,
Desde a
unificação no universo
Humildade
amanhã da evolução.
Vai ou
vamos... Tanto faz em busca do ancião
Da verdade
dos céus sempre erguida,
A fonte da
juventude,
Onde o
espírito sempre é vida,
Mentiras,
pedras, cruz e espinhos,
Por dar aos
homens os anos,
Mas a
juventude é eterna,
Nas linhas
paralelas dos caminhos.
Essa imagem
que sou eu,
Embora com
roupas diferentes,
Agora de mim
está se aproximando,
Chegou ao
ponto de tão próxima,
Não poder
vê-la...
Foi ai que
tirei os óculos,
Jogando-o
sobre a penteadeira,
Percebo que
o peso dos membros,
Já não mais havia...
Novamente
abaixei a limosidade
E fui
dormir.
Sem
compreensão ou tentar compreender,
Vibrando de
terno momento,
Acredito uns
quinze segundos de tempo,
Estava eu
contando a esposa,
Tal luminosa
ansiedade...
Não me
trouxe pânico!
Depois... No
inicio da tarde,
Anjão,
morador do terceiro andar
A mim pediu
para lhe perdoar,
Por que em
altas horas,
Uma porta do
segundo andar foi tocar,
Pois havia
bebido umas e outras,
E sentiu sem
chão para pisar.